CAMPEÃO DO MUNDO
Os africanos tinham a simpatia de muita gente: dos árabes, da Fifa e até dos colorados, eliminados por eles, mas que ficaram no estádio para apoiar os algozes. Até gritaram o nome do time congolês e xingaram o juiz. Não adiantou. Com gols precoces, primeiro de Pandev e depois de Eto’o, e outro de Biabiany na etapa final, o time italiano alcançou uma vitória sossegada.
É o primeiro título mundial do Internazionale no novo formato do torneio, com equipes de todos os continentes. Antes, o clube milanês havia vencido duas edições (1964 e 1965) na antiga fórmula, com duelo direto entre os campeões da Europa e da América do Sul. Ao Mazembe, resta a ressalva de ter sido o primeiro time africano a alcançar a final em um torneio organizado pela Fifa.
plásticos na mão (Foto: Reuters)
A vantagem no placar fez com que o Inter de Milão jogasse com todo o conforto no segundo tempo. O Mazembe até voltou com boa posse de bola, tramando jogadas, triangulando, criando. Mas não conseguia ameaçar o suficiente para tirar a estabilidade do adversário. A defesa interista parecia uma fortaleza inabalável. Os italianos correram pouco risco.
Zebra domada
Foram 17 minutos de alguma esperança para os africanos. E só. Não demorou para a zebra congolesa ser domada pelo Internazionale – mais técnico, mais tático, mais experiente. A empolgação do Mazembe foi suprimida pelo talento de figuras como Cambiasso, Maicon, Diego Milito e Samuel Eto’o. E os italianos alcançaram aquilo que mais faltou aos colorados nas semifinais: a capacidade de fazer o gol. Se o Inter sul-americano passou o jogo todo em busca de um gol que jamais existiu contra o Mazembe, o xará europeu matou a questão fácil, fácil. Após dez minutos de equilíbrio, prevaleceu a bola no pé da equipe milanesa. Eto’o, pela direita, descolou passe para Pandev, que dominou, mirou o gol defendido pelo goleiro Kidiaba e mandou o chute. A bola morreu no canto do excêntrico guarda-redes do Mazembe. Estava trilhado o caminho da vitória.
Os africanos mal puderam assimilar o golpe. Cinco minutos depois do primeiro gol, saiu o segundo. O Internazionale tramou jogada pelo lado direito de ataque, e a bola sobrou nos pés de Samuel Eto’o. O camaronês teve conclusão milimétrica, precisa, novamente fora do alcance de Kidiaba. O placar de 2 a 0 escancarava quem seria campeão mundial de futebol.
O jogo ganhou pinta de goleada. O Mazembe ficou no meio-termo entre a necessidade de atacar e o temor de ser goleado. Quando conseguiu avançar, a equipe africana esbarrou na solidez defensiva do Inter de Milão, que ainda teve duas chances claras com Diego Milito, ambas interrompidas por defesas de Kidiaba
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